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Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Avaliação da participação comunitária na gestão das rádios de Cuamba e Mandimba, 1991-2003
Autor(es): Mendes, Júlio Ambaly
Primeiro Orientador: Sopa, António
Resumo: Logo após a conquista da independência, aos 25 de Junho de 1975, e antes do governo da Frelimo assumir ofícialmente o marximo leninismo como sua ideologia política, a imprensa do país passou a ser definida nos termos em que o papel da informação é concebido por aquela ideologia. Assim, os órgãos de informação deveríam assumir o papel de vanguarda na luta de classes que caracterizava a revolução moçambicana, sob direcção da Frelimo. A comunicação social era entendida pela Frelimo como parte do sistema centralizado, com tarefas que deveríam integrar-se numa estratégia global. O jornal não era considerado diferentemente da escola ou do posto de saúde. Para reestruturar a informação de acordo com as linhas estratégicas do governo, teve lugar entre os dias 26 a 30 de Novembro de 1975, em Macomia, Cabo Delgado, a Conferência Nacional do Departamento de Informação e Propaganda. A priorização da rádio e jornais como os órgãos que deveríam ter actuação directa nas aldeias comunais foi uma das grandes decisões desta reunião. Foi no âmbito destas decisões que foram criadas condições para a unificação dos centros emissores existentes no país e transformá-los numa só rádio, a Rádio Moçambique. Devido as dificuldades econômicas que impediam a expansão da RM a todo o país, foram criados pequenos centros de comunicação social nas aldeias comunais de quase todo o país, um projecto que viria a ser útil para o desenvolvimento das zonas rurais. Mas a guerra de desestabilização, a transformação do sistema econômico e outras questões organizativas acabaram afectando o normal curso deste projecto. No entanto, depois das decisões saídas do IV Congresso do Partido Frelimo em 1983, o país, começou a assistir a uma nova conjuntura política e econômica. A tentativa dos jornalistas pela criação de uma lei que defendesse a classe já vinha sendo feita, mas só nessa altura é que começou a ganhar consistência. A nova constituição aprovada em 1990, abriu portas ao pluralismo de intervenção e de acção em todas as áreas de actividade. A lei de imprensa foi resultado dessa nova dinâmica, e a sua aprovação permitiu uma mudança radical no ambiente dos Media em Moçambique. Assim, abriram se portas para o surgimento em massa de novos meios de comunicação social do chamado sector independente. Uma das grandes notas foi o surgimento de rádios com envolvimento comunitário, uma espécie de continuação dos antigos centros de comunicação social criados após a independência, mas agora com uma outra capacidade, qualidade e ainda com objectivos mais alargados. O Instituto de Comunicação Social e a igreja católica assumiram a dianteira no processo de criação de rádios comunitárias, instalando-as em zonas mais recônditas do país. Em 1998, com uma base mais alargada, arrancou o projecto de desenvolvimento dos Media UNESCO-PNUD, que contemplava a instalação de dez rádios comunitárias no país. As rádios comunitárias de Cuamba e Mandimba são produto destes projectos, respectivamente da UNESCO e do ICS. Actualmente, estas rádios desempenham um papel fundamental no desenvolvimento das regiões onde estão inseridas, daí que o seu estudo seja pertinente. Neste caso, o importante é que estes projectos salvaguardem o princípio da participação das comunidades locais na gestão do projecto, pois só assim será possível privilegiar os interesses locais. Este processo têm sido objecto de atenção e consideração por parte dos intervenientes no processo, mas todos estão cientes de que há ainda um longo caminho a percorrer, e mesmo os estudos sobre uma possível forma de sustentabilidade dos projectos a nível local se mostram pouco animadores, devido ao grau de custos que tais rádios acaretam perante as dificuldades financeiras da maior parte das comunidades rurais
Abstract: Soon after the conquest of independence, on June 25, 1975, and before the Frelimo government officially assumed Marxist Leninism as its political ideology, the country's press began to be defined in terms in which the role of information is conceived by that one. ideology. Thus, the media should assume the vanguard role in the class struggle that characterized the Mozambican revolution, under the direction of Frelimo. The media was understood by Frelimo as part of the centralized system, with tasks that should be integrated into an overall strategy. The newspaper was not considered differently from the school or the health post. In order to restructure the information according to the government's strategic lines, the National Conference of the Department of Information and Propaganda took place between the 26th and 30th of November 1975, in Macomia, Cabo Delgado. The prioritization of radio and newspapers as the bodies that should have direct action in the communal villages was one of the major decisions of this meeting. It was within the scope of these decisions that conditions were created for the unification of the existing broadcasting centers in the country and transform them into a single radio, Rádio Moçambique. Due to economic difficulties that prevented the expansion of the RM to the entire country, small social communication centers were created in communal villages throughout almost the entire country, a project that would prove to be useful for the development of rural areas. But the destabilization war, the transformation of the economic system and other organizational issues ended up affecting the normal course of this project. However, after the decisions of the IV Congress of the Frelimo Party in 1983, the country began to witness a new political and economic situation. The attempt by journalists to create a law that would defend the class had already been made, but it was only then that it began to gain consistency. The new constitution approved in 1990 opened the door to a pluralism of intervention and action in all areas of activity. The press law was the result of this new dynamic, and its approval allowed a radical change in the media environment in Mozambique. Thus, doors were opened for the mass emergence of new media of the so-called independent sector. One of the great highlights was the emergence of radios with community involvement, a kind of continuation of the old media centers created after independence, but now with a different capacity, quality and even broader objectives. The Institute of Social Communication and the Catholic Church took the lead in the process of creating community radios, installing them in more remote areas of the country. In 1998, with a wider base, the UNESCO-UNDP Media development project started, which contemplated the installation of ten community radios in the country. The community radios in Cuamba and Mandimba are the product of these projects, respectively by UNESCO and ICS. Currently, these radios play a fundamental role in the development of the regions where they are located, which is why their study is relevant. In this case, the important thing is that these projects safeguard the principle of the participation of local communities in the management of the project, because only in this way will it be possible to privilege local interests. This process has been the subject of attention and consideration by those involved in the process, but everyone is aware that there is still a long way to go, and even studies on a possible form of sustainability of projects at the local level are not very encouraging, due to the degree of costs that such radios entail in the face of the financial difficulties of most rural communities(TRADUÇÃO NOSSA)
Palavras-chave: Rádios comunitárias
Participação comunitária
Criação da Rádio Moçamnique
Cuamba e Mandimba
CNPq: Ciências Humanas
História
Idioma: por
País: Moçambique
Editor: Universidade Eduardo Mondlane
Sigla da Instituição: UEM
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://monografias.uem.mz/handle/123456789/2377
Data do documento: 1-Nov-2004
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