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http://monografias.uem.mz/handle/123456789/4666
Tipo: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Título: | Prevalência de zero dose e factores de risco associados em crianças dos 12 aos 23 meses de idade em Moçambique: análise secundária da base de dados do Inquérito Demográfico e de Saúde 2022-23 |
Autor(es): | Chissaque, Edy Hortêncio |
Primeiro Orientador: | Guimarães, Esperança |
Segundo Orientador: | Hlashwayo, Delfina |
Resumo: | A ausência da vacina DPT (contra Difteria, Tosse Convulsa e Tétano) na primeira infância indica a falta de imunização de rotina, o que expõe as crianças à diversas doenças. Moçambique, país apoiado pela Gavi (a Aliança da Vacina), está entre os dez países no mundo com maior número de crianças "zero dose", o que se reflecte em uma cobertura vacinal abaixo das metas. A escassez de estudos que analisem os factores de risco associados à prevalência de zero dose, constitui uma lacuna de conhecimento que seria útil para orientar o Programa Alargado de Vacinação em estratégias eficazes para melhorar o cenário actual. Este estudo teve como objectivo analisar a prevalência de zero dose e os factores de risco associados em crianças dos 12 aos 23 meses de idade. Método: Foi realizada uma análise secundária usando dados do Inquérito Demográfico e de Saúde 2022-23 de Moçambique, que incluiu crianças cujas mães/cuidadores apresentaram um cartão de saúde ou outro documento com o histórico de vacinação, ou que responderam verbalmente às perguntas sobre a vacinação da criança. A análise de dados foi feita usando o R versão 4.3.3. Primeiramente os dados foram ponderados, de modo obter estimativas precisas, de seguida foram resumidos através da estatística descritiva usando frequências e proporções em tabelas e gráficos. Para a identificação dos factores de risco associados à zero dose foi usada a medida razão de prevalência (RP) ajustada a partir do modelo de regressão log-binomial com o intervalo de confiança de 95%. Foram consideradas estatisticamente significativas as associações com valor de p<0,05. Resultado: Foi incluído um total de 1808 crianças com idades entre 12 à 23 meses das quais 24,9% eram crianças zero dose. Após o ajuste do modelo multivariado, observou-se que apresentavam maior prevalência de zero dose, as crianças com as seguintes características: sexo feminino (RP = 1,30; IC95%: 1,08-1,57; P = 0,007); pertencentes a famílias mais pobres (RP=2,24; IC95%: 1,18- 4,28; P=0,014 ) e pobres (RP = 1,99; IC 95%: 1,01-3,93; P = 0,046); de mães/cuidadores que professavam a religião católica (RP = 1,42; IC 95%: 1,02-1,98; P = 0,037); residentes nas províncias de Niassa (RP = 2,97; IC 95%: 1,03-8,57; P = 0,044), Cabo Delgado (RP = 4,82; IC 95%: 1,69-13,73; P = 0,003), Nampula (RP = 5,01; IC 95%: 1,75-14,33; P = 0,003), Zambézia (RP = 4,29; IC 95%: 1,54-11,98; P = 0,006), Tete (RP = 3,47; IC 95%: 1,21-9,94; P = 0,021), Manica (RP = 3,45; IC 95%: 1,22-9,75; P = 0,020) e Sofala (RP = 3,16; IC 95%: 1,08-9,25; P = 0,036); aquelas cujas as mães não realizaram alguma visita pré-natal (RP=1,93; IC 95%: 1,38- 2,70; P < 0,001), as mães deram a luz em casa (RP=1,43; IC 95%: 1,11-1,84; 0,006) e as mães não tinham cartão de saúde (RP = 3,94; IC 95%: 2,94-5,26; P < 0,001) ou tinham, mas não apresentaram (RP=4,33; IC 95%: 2,84-6,60; p=<0,001). Conclusão: As intervenções para a promoção da vacinação de rotina são de extrema importância, especialmente para o grupo de mães e crianças vulneráveis, nomeadamente as que possuem baixo índice de riqueza, acesso limitado aos serviços de cuidados pré-natais e de vacinação e deficiência de instalações para o parto. Neste contexto há necessidade de desenvolvimento de políticas que possam impulsionar a cobertura vacinal e reduzir a prevalência de zero dose e promover a saúde e o bem-estar das crianças, e da população em geral. |
Abstract: | The absence of the DPT vaccine (against Diphtheria, Pertussis and Tetanus) in early childhood indicates a lack of routine immunization, which exposes children to various diseases. Mozambique, a country supported by Gavi (the Vaccine Alliance), is among the ten countries in the world with the highest number of "zero dose" children, which is reflected in vaccination coverage below targets. The scarcity of studies analyzing the risk factors associated with the prevalence of zero dose constitutes a knowledge gap that would be useful in guiding the Expanded Immunization Program in effective strategies to improve the current scenario. This study aimed to analyze the prevalence of zero dose and the associated risk factors in children aged 12 to 23 months. Method: A secondary analysis was performed using data from the 2022-23 Demographic and Health Survey of Mozambique, which included children whose mothers/caregivers presented a health card or other document with vaccination history, or who responded verbally to questions about the child's vaccination. Data analysis was performed using R version 4.3.3. The data were first weighted to obtain accurate estimates, and then summarized using descriptive statistics using frequencies and proportions in tables and graphs. To identify risk factors associated with zero dose, the prevalence ratio (PR) adjusted from the log-binomial regression model with a 95% confidence interval was used. Associations with a p-value <0.05 were considered statistically significant. Result: A total of 1808 children aged 12 to 23 months were included, of which 24.9% were zero dose children. After adjusting the multivariate model, it was observed that children with the following characteristics presented a higher prevalence of zero dose: female gender (PR = 1.30; 95% CI: 1.08-1.57; P = 0.007); belonging to poorer (PR = 2.24; 95% CI: 1.18-4.28; P = 0.014) and poor families (PR = 1.99; 95% CI: 1.01-3.93; P = 0.046); mothers/caregivers who professed the Catholic religion (PR = 1.42; 95% CI: 1.02-1.98; P = 0.037); residents in the provinces of Niassa (PR = 2.97; 95% CI: 1.03-8.57; P = 0.044), Cabo Delgado (PR = 4.82; 95% CI: 1.69-13.73; P = 0.003), Nampula (PR = 5.01; 95% CI: 1.75-14.33; P = 0.003), Zambézia (PR = 4.29; 95% CI: 1.54-11.98; P = 0.006), Tete (PR = 3.47; 95% CI: 1.21-9.94; P = 0.021), Manica (PR = 3.45; 95% CI: 1.22-9.75; P = 0.020) and Sofala (PR = 3.47; 95% CI: 1.22-9.75; P = 0.020). = 3.16; 95% CI: 1.08-9.25; P = 0.036); those whose mothers did not perform any prenatal visit (PR = 1.93; 95% CI: 1.38-2.70; P < 0.001), mothers gave birth at home (PR = 1.43; 95% CI: 1.11-1.84; 0.006) and mothers did not have a health card (PR = 3.94; 95% CI: 2.94-5.26; P < 0.001) or had one but did not present it (PR = 4.33; 95% CI: 2.84-6.60; p = <0.001). Conclusion: Interventions to promote routine immunization are of utmost importance, especially for vulnerable groups of mothers and children, namely those with low wealth, limited access to antenatal care and immunization services, and inadequate facilities for delivery. In this context, there is a need to develop policies that can boost immunization coverage and reduce the prevalence of zero doses and promote the health and well-being of children and the general population.(TRADUÇAO NOSSA) |
Palavras-chave: | Imunização Zero Dose Cobertura vacinal Criança Inquérito Demográfico e de Saúde Moçambique |
CNPq: | Ciências Biológicas Biologia Geral Biologia e Saúde |
Idioma: | por |
País: | Moçambique |
Editor: | Universidade Eduardo Mondlane |
Sigla da Instituição: | UEM |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade Ciências |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://monografias.uem.mz/handle/123456789/4666 |
Data do documento: | 2-Fev-2025 |
Aparece nas coleções: | FC - Biologia e Saúde |
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