DSpace at My University FACECO - Faculdade de Economia FACECO - Contabilidade e Finanças
Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://monografias.uem.mz/handle/123456789/995
Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Indústria açucareira em Moçambique : produção versus importação do açúcar
Autor(es): Gode, Constantino Jaime
Primeiro Orientador: Coughlin, Peter
Resumo: Prosseguindo os objectivos de promoção de exportações, substituição de importações e geração de emprego, o governo está a revitalizar a indústria açucareira (INA 1996: 6-9). A batalha é enorme: (i) procuram-se financiamentos para reabilitações; (ii) atraem-se investidores privados; e (Hi) reforça-se a protecção efectiva, elevando a tarifa sobre a importação do açúcar e baixando as tarifas sobre os insumos importáveis. Terá, o sector açucareiro, potencial suficiente para ajudar o governo a alcançar os objectivos pretendidos? A sua viabilidade depende do mercado. No entanto, a dimensão do mercado doméstico não é conhecida. No mercado internacional, o açúcar de cana enfrenta uma forte concorrência do açúcar de beterraba, quando os adoçantes alternativos ameaçam substituir o consumo do açúcar. Tomando em conta as condições técnicas e de gestão nas duas açucareiras que continuam operacionais — Açucareira de Xinavane e Açucareira de Moçambique (Mafambisse) — este trabalho analisa a competitividade da indústria nacional e o custo dos recursos domésticos na produção do açúcar em Moçambique, estudando quatro questões: (i) o aproveitamento dos recursos disponíveis (ii) a produtividade na produção da cana; (iii) a eficiência de extracção do açúcar na fábrica; e (iv) o impacto da estrutura tarifária. Para se avaliar a competitividade e o custo dos recursos domésticos em níveis de produção diferentes dos actuais, foram desenhados cenários projectando a evolução dos custos. O estudo conclui que o potencial competitivo nas duas açucareiras diverge. Mafambisse, com uma capacidade instalada duas vezes maior (80.000 t/a) que a de Xinavane (40.000 t/a), tem altos custos fixos, Além disso, a injecção de fundos pelo projecto de reabilitação, desde 1991, elevou os custos variáveis. Como resultado, os custos unitários são maiores que o custo c.i.f. do açúcar. Mantendo-se constante a actual estrutura de custos, mesmo produzindo na sua capacidade máxima não alcançaria o ponto morto econômico: o custo unitário projectado seria de USD 503/t, quando a média do custo c.i.f. do açúcar entre 1990 e 1996 foi de USD 334/1. Além disso, a longo prazo, o custo dos recursos doméstico é três vezes maior à moeda externa poupada. Xinavane, com fortes constrangimentos financeiros e obsolescência do equipamento reflectindo-se no declínio da produção, está a minimizar os custos unitários, aproximando-se do custo c.i.f. do açúcar. Mantendo-se constante a estrutura de custos actual, Xinavane teria um custo unitário de USD 302/t, produzindo na sua capacidade máxima. Devido à reduzida componente importada, Xinavane obtém maiores valores acrescentados a preços domésticos e a preços internacionais. Há três razões fundamentais para a pobre posição competitiva da indústria açucareira nacional: (i) a subutilização dos recursos disponíveis (a capacidade instalada, a terra e o trabalho); (ii) a baixa produtividade na produção da cana; e (iii) a ineficiência de extracção do açúcar na fábrica. Todos os indicadores das duas açucareiras declinaram dos níveis do princípio dos anos 70: a utilização da capacidade instalada baixou para 14% (Xinavane) e 27% (Mafambisse), em 1996; a duração anual das campanhas de moenda baixou de oito meses para quatro meses; e o rendimento industrial — toneladas de açúcar extraído em cada tonelada de cana moída — baixou de 11% para 9%. Em Xinavane, dos 7.000 ha disponíveis para o cultivo da cana em Xinavane, apenas 2.000 ha são aproveitadas e, em Mafambisse, dos 8.500 ha disponíveis apenas se aproveitam 5.000 ha. Os trabalhadores fixos empregues em Mafambisse poderiam suportar um aumento em 100% da produção e, em Xinavane, 400%? Este estudo não prova a viabilidade do sector açucareiro. As suai conclusões são apenas válidas para as condições técnicas e gestão prevalecentes no período estudado. Contudo, duas lições podem ser tiradas: (i) as reabilitações não garantem em si um sector açucareiro competitivo e economicamente eficiente; e (ii) a reabilitação de fábricas de grande capacidade de produção não são uma estratégia segura, quando não há capacidade para maximizar a sua utilização e o mercado é incerto. Ao nível das açucareiras, recomenda-se uma melhoria significativa na gestão e na capacidade técnica, enquanto a nível sectorial há uma necessidade de reflexão sobre a política tecnológica para se encontrar as melhores opções para Moçambique.
Abstract: Pursuing the objectives of export promotion, import substitution and job creation, the government is revitalizing the sugar industry (INA 1996: 6-9). The battle is huge: (i) funding for rehabilitation is sought; (ii) attract private investors; and (Hi) effective protection is reinforced, raising the tariff on sugar imports and lowering tariffs on importable inputs. Does the sugar sector have enough potential to help the government achieve its intended goals? Its viability depends on the market. However, the size of the domestic market is not known. On the international market, cane sugar faces strong competition from beet sugar, when alternative sweeteners threaten to replace sugar consumption. Taking into account the technical and management conditions in the two sugar plants that remain operational — Açucareira de Xinavane and Açucareira de Moçambique (Mafambisse) — this paper analyzes the competitiveness of the national industry and the cost of domestic resources in sugar production in Mozambique, studying four issues: (i) the use of available resources (ii) productivity in sugarcane production; (iii) the efficiency of sugar extraction at the factory; and (iv) the impact of the tariff structure. To assess the competitiveness and cost of domestic resources at production levels different from the current ones, scenarios projecting the evolution of costs were designed. The study concludes that the competitive potential in the two sugar plants diverges. Mafambisse, with an installed capacity twice as high (80,000 t/a) as Xinavane (40,000 t/a), has high fixed costs. In addition, the injection of funds for the rehabilitation project since 1991 has raised variable costs. . As a result, the unit costs are greater than the c.i.f. of sugar. Keeping the current cost structure constant, even producing at full capacity it would not reach economic neutral: the projected unit cost would be USD 503/t, when the average cost c.i.f. of sugar between 1990 and 1996 was USD 334/1. Furthermore, in the long run, the cost of domestic resources is three times higher than the foreign currency saved. Xinavane, with severe financial constraints and equipment obsolescence reflected in declining production, is minimizing unit costs, approaching c.i.f. of sugar. If the current cost structure remains constant, Xinavane would have a unit cost of USD 302/t, producing at full capacity. Due to the reduced imported component, Xinavane obtains greater added values ​​at domestic and international prices. There are three fundamental reasons for the poor competitive position of the national sugar industry: (i) the underutilization of available resources (installed capacity, land and labor); (ii) low productivity in sugarcane production; and (iii) the inefficiency of sugar extraction at the factory. All indicators for the two sugar mills declined from early 1970s levels: capacity utilization dropped to 14% (Xinavane) and 27% (Mafambisse) in 1996; the annual duration of the milling campaigns was reduced from eight months to four months; and industrial yield — tons of sugar extracted for every ton of cane crushed — dropped from 11% to 9%. In Xinavane, of the 7,000 ha available for sugarcane cultivation in Xinavane, only 2,000 ha are used, and in Mafambisse, of the 8,500 ha available, only 5,000 ha are used. Could permanent workers employed in Mafambisse support a 100% increase in production and, in Xinavane, 400%? This study does not prove the viability of the sugar sector. Its conclusions are only valid for the technical and management conditions prevailing in the period studied. However, two lessons can be drawn: (i) rehabilitation does not in itself guarantee a competitive and economically efficient sugar sector; and (ii) the rehabilitation of factories with large production capacity is not a safe strategy when there is no capacity to maximize their use and the market is uncertain. At the level of sugar plantations, a significant improvement in management and technical capacity is recommended, while at the sector level there is a need for reflection on technological policy in order to find the best options for Mozambique.
Palavras-chave: Indústria Açucareira
Mercado internacional
Importação do Açúcar
Moçambique
Produção de açucar
Mafambisse
CNPq: Ciências Sociais Aplicadas
Economia
Idioma: por
País: Moçambique
Editor: Universidade Eduardo Mondlane
Sigla da Instituição: UEM
metadata.dc.publisher.department: Faculdade de letras e Ciências Sociais
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://monografias.uem.mz/handle/123456789/995
Data do documento: 1-Ago-1997
Aparece nas coleções:FACECO - Contabilidade e Finanças

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
1997 - Gode, Constantino Jaime pdf.2.08 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.